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sábado, 10 de outubro de 2009

Fonte inesgotável

“Mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. (João 4.14)

Água, bem precioso e escasso, motivos de disputas e até guerras, impossível de se imaginar viver sem esse liquido, faz parte da natureza humana, a humanidade necessita desse bem para sua sobrevivência. Aquela samaritana também necessitava, a água para ela era indispensável, era uma preciosidade (diferente do que vemos hoje, quando abrimos nossas torneiras e nos abastecemos de água saudável, naquela época, a água era um bem bastante limitado e escasso, não era tirada das torneiras mas, sim, dos poços que com muito sacrifício eram cavados) por isso ela estava ali, a beira do poço para pegar sua água!

Jesus pede aquela mulher que lhe de um pouco de água, e ela desconhecendo quem ele era lhe pergunta: “Como o senhor, sendo judeu pede a mim, uma samaritana, água para beber”? Jesus lhe respondeu: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva”.

Esta samaritana desconhecia aquele que lhe pedia água e também desconhecia o dom de Deus! Ela sabia onde ficava o poço, sabia que este poço era fundo, sabia que necessitava de um balde para tirar água, sabia qual era o melhor horário para pegar a sua água e também sabia que uso iria fazer com aquela água. Entretanto, ela não sabia quem era aquele que estava lhe pedindo água!

Jesus então se apresenta como a água viva, a fonte inesgotável, a única água capaz de saciar a sede da humanidade por toda a eternidade! Talvez você já tenha bebido água hoje, talvez o seu poço esteja seco, talvez você desconheça essa água (sua fórmula não é H2O) talvez você até conheça, mas ainda não provou verdadeiramente dela e por isso continuamente você sente sede!

Chegou a hora de se saciar, de acabar com está sede por toda a eternidade! Beba, sacie-se, Jesus Cristo é a verdadeira água que pode saciar a sua sede!

Esta fonte nunca seca, ela é eterna, está disponível para todos quantos se achegarem a ela! E o melhor, ela sacia a sua sede para sempre!

sábado, 26 de setembro de 2009

"Deus quer ser ouvido..."




Salmo 81
Eu canto, Deus fala...
Eu clamo, Deus responde...
Deus fala, eu não ouço...
“Mas o meu povo não quis ouvir-me; Israel não quis obedecer-me”
Vejo nesta passagem Deus expressando um sentimento com profunda tristeza; como dói, como sofremos, quando sabemos o que é “certo” para determinada circunstância, somos até chato às vezes, mas o outro não ouve.
O pai fala: “filho, não faça assim, cuidado, “se liga”, você vai “quebrar a cara”, mas o filho não ouve, ficou surdo...
Veja, a “surdez” leva a desobediência; uma vez surdos, não obedecemos mais, pois é, não ouço, como posso obedecer alguém que eu não ouço?
O ato de desobedecer evidencia a minha surdez, é isso que o salmista fala; quando perco a sensibilidade de ouvir a Deus, perco também o juízo, me torno rebelde, não obedeço mais, passo a ser um desobediente!
Até o vs. 7 Israel ainda clamava, daí em diante, Deus fala e Israel já não ouve mais...
Será que foi Deus que parou de falar conosco, ou nós é que nos tornamos surdos e conseqüentemente desobedientes?
Você já se perguntou hoje: Deus falou comigo? Eu estou ouvindo a “voz” de Deus?
Lembre-se: quem ouve, obedece...

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ser saudável é...

“Ser saudável é ter consciência (se conscientizando) de quem sou”

“Sei que nada de bom habita em mim, isto é, em minha carne. Porque tenho o desejo de fazer o que é bom, mas não consigo realizá-lo. Pois o que faço não é o bem que desejo, mas o mal que não quero fazer, esse eu continuo fazendo. Ora, se faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, mas o pecado que habita em mim”. (Romanos 7.18-20)

O apóstolo Paulo, ao escrever a epistola aos romanos, no cap. 7. 18-20, chama-nos a atenção para o fato de fazermos uma leitura “saudável” da realidade como pessoa, individuo.

Fazer essa “leitura” é ter consciência (se conscientizando) plena daquilo que somos, neste caso, a auto-analise aponta para a realidade da humanidade; habita por ventura alguma coisa boa no homem? Sua natureza pecaminosa é capaz de produzir algo de bom?

O apóstolo Paulo enfatiza aqui, que ele (ser humano) tem uma disposição, um real interesse em fazer o que é bom, mas, o que faz não é o bem que deseja, e sim o mal que habita em sua velha natureza.

Evidencia-se então a constante luta do ser humano; os valores e princípios agora estabelecidos por Cristo x a realidade pecaminosa da humanidade!

Você pode se perguntar: “Como pode! Jesus me salvou! Como pode o pecado habitar em mim”? Pode, porque ele acompanha a nossa “velha” natureza pecaminosa que herdamos no Éden. Ela, essa “velha natureza”, quer constantemente prevalecer sobre a “nova natureza” constituída agora em Jesus.

Daí a grande luta do apóstolo Paulo – e de toda a humanidade!

O que fica para nós dessa riquíssima lição?

Ter plena consciência (se conscientizando) daquilo que somos!

Enxergar em nós as “enfermidades” que ainda nos acompanham!

Se auto-analisar constantemente (quais são os meus sinceros desejos? Quais os desejos que tem prevalecido na minha caminhada? Quais são os desejos que tem me dominado?)

Ter sempre presente na memória à realidade nossa como seres humanos; “existe um conflito (guerra, batalha, luta) diária com o qual eu tenho que lidar constantemente em minha vida”!

Eis um caminho para se ter êxito nessa guerra: Provérbios 28. 13 “Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem confessa e os abandona, encontra misericórdia”.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Aula V – Prática de Aconselhamento

Cuidando de quem cuida

Um olhar de cuidados aos que ministram a Palavra de Deus

Roseli M. Kuhnrich de Oliveira

A categoria cuidado como possibilidade de diálogo entre a teologia e a psicologia.

Em virtude das delimitações próprias de cada ciência, das correntes diferenciadas de interpretação do próprio objeto ou sujeito de estudo a possibilidade de um dialogo entre a teologia e a psicologia se torna desafiante e instigante, ao mesmo tempo demanda um conhecimento mais apurado em cada uma destas áreas, para se obter um juízo de valor, os seus significados e a importância para o cuidado de quem cuida.

“Barth define a teologia como” uma ciência particular, um empreendimento humano”, podendo assim se “conectar” com a psicologia que por definição é o estudo da psique humana. Por influência do iluminismo, a teologia se afasta um pouco da igreja, se torna puramente acadêmica, desvia-se da sua própria vocação, contudo, surge a teologia prática, que faz esse resgate: “estabelecer uma relação adequada entre a teologia acadêmica e a prática da fé”. A teologia prática é uma “reflexão critica e construtiva sobre a vida e ministério da Igreja, com enfoque especial sobre a formação e a transformação”.

Para Schipani, o aconselhamento pastoral é um ministério distinto e mais amplo do cuidado pastoral, que deve ser reconsiderado a partir de uma perspectiva teológica e não somente clinica.

É possível conciliar duas abordagens distintas, a da teologia e a da psicologia? A teologia prática, tenta responder essa questão – principalmente no âmbito do aconselhamento ou psicologia pastoral.

O avanço da psicologia como atividade especializada na resolução dos conflitos emocionais, a desconfiança por esta ser considerada “atéia” e por outro o “culto a ciência” e o encaminhamento ao atendimento puramente profissional, permitiu que fosse questionado o valor do cuidado pastoral. Contudo, busca-se hoje uma visão integral do ser humano para assim se estabelecer um dialogo interdisciplinar.

Para um dos pais da psicologia pastoral Anton Boisen, após ser diagnosticado como esquizofrênico, ser internado até superar essa crise, ficou evidente a necessidade de um cuidado que abrangesse a fé e a psicologia.

“A imagem do terapeuta ferido simboliza uma aguda e dolorosa consciência da doença, psicologicamente isso significa não só que o paciente tem um médico dentro dele, mas também que há um paciente no médico”. No fundo, o próprio sofrimento é a fonte de um poder curativo e este poder é o processo criativo, por esta razão só um homem ferido pode curar, pode ser um médico. (Adolfo Guggenbuhi-Craig. O abuso do poder na psicoterapia, p.98,99 e 103)

Adolfo Guggenbuhi-Craig, ao relacionar o mito do sarador ferido com Jesus Cristo enfatizou: “Quem melhor do que ele expressa o “terapeuta ferido”? Ele curava não só as doenças da psique, mas também os males existenciais do pecado e da morte”.

Henri Nouwen, ao escrever sobre o sarador ferido, apresenta um novo paradigma para os cuidadores: “Por meio de nossas próprias feridas, podemos nos tornar fonte de vida para o outro”.

Nesse sentido a psicologia pastoral é uma tentativa de ministrar cuidados, entendendo a pessoa de forma integral, utilizando para isto os conhecimentos adquiridos tanto na psicologia quanto na teologia prática (acrescento a antropologia como uma ferramenta de grande valoração nesse campo de ajuda).

Para Sidnei Vilmar Noé: “O caminho que parece ser o mais adequado é o de uma integração crítica dos diferentes acentos, a partir do desenvolvimento de uma visão própria do ser humano, sob o aspecto teológico, psicológico e social”.

Com isso, as questões existenciais e de fé são contempladas, integrando o mesmo sistema que orienta o pensar e o agir do ser humano. É preciso estar atento para o fato de que um desarranjo numa das dimensões, por uma situação de crise, irá refletir nas demais dimensões.

A psicologia pastoral busca ser uma ferramenta útil, uma tentativa de ministrar cuidados, entendendo a pessoa de forma integral, utilizando para isto os conhecimentos adquiridos tanto na psicologia quanto na teologia prática.